Toxicocinética
Referências:
1. Teksin ZS, Lee IJ, Nemieboka NN , Othman AA, Upreti VV, Hassan HE, Syed SS, Prisinzano TE, Eddington ND, Evaluation of the transport, in vitro metabolism and pharmacokinetics of Salvinorin A, a potent hallucinogen, European Journal of Pharmaceutics and Biopharmaceutics, 72 (2009), 471–477
2. Hooker JM, Xu Y, Schiffer W, Shea C, Carter P, Fowler JS, Pharmacokinetics of the potent hallucinogen, salvinorin A in primates parallels the rapid onset, short duration of effects in humans, Neuroimage 41:3 (2008), 1044–1050
3. Kutrzeba LM ,Karamyan VT ,Speth RC, Williamson JS, Zjawiony JK, In vitro studies on metabolism of salvinorin A, Pharmaceutical Biology, 47:11 (2009), 1078–1084

O metabolismo in vivo da salvinorina A não está completamente compreendido, contudo sabe-se que o composto é um substrato do CYP450.
Embora estudos com fluídos corporais isolados de primatas e humanos, incubados com salvinorina A, tenham revelado a salvinorina B como metabolito, estudos in vivo com primatas não humanos não conseguiram detetar salvinorina B na corrente sanguínea após administração de salvinorina A.
No entanto, através de modelos microbianos e ensaios ex vivo utilizando o fígado e o cérebro de ratos Sprague-Dawley verificou-se que há hidrólise do carbono 2 da salvinorina, A, formando-se o seu metabolito inativo salvinorina B.
Este fenómeno pode explicar o rápido desaparecimento do efeito alucinogénio da salvinorina A após administração.
Quanto à eliminação da salvinorina A, estudos demonstraram uma eliminação muito rápida, sendo o tempo de semi-vida cerca de 8 minutos após via intravenosa. Como é facilmente eliminada, é compreensível que a via preferencial de consumo hoje em dia seja através da inalação do fumo, dada a rápida absorção e fácil readministração.
Metabolismo e Eliminação [2], [3]
Através de estudos farmacocinéticos efetuados em ratos machos Sprague-Dawley, após administração por inalação do fumo, verificou-se que a salvinorina A é absorvida nos pulmões e, chegando à circulação sistémica, consegue atravessar a barreira hematoencefálica e acumular-se no sistema nervoso central. Isto ocorre devido ao seu baixo peso molecular e alta lipofilia.
Estudos com babuínos também demonstraram que, após administração intravenosa de uma dose de 250 mg de salvinorina A, o composto demorou apenas 40 segundos para atravessar a barreira hematoencefálica, atingindo os 3,3% da dose injetada.
Fig. 1. Metabolismo da salvinorina A em salvinorina B em modelos microbianos [3]